Os principais quadros estão inativos! Computação em nuvem em tempo real!

Vamos com calma. Os mainframes possuem uma durabilidade maior do que muitos percebem. Vamos analisar as características da tecnologia de mainframe e das pessoas que a utilizam.

Uma das coisas que frequentemente me incomoda com a crescente adoção da computação em nuvem é a ideia de que o fim dos mainframes é inevitável. Já discuti a questão de que nem todos os aplicativos e conjuntos de dados podem ser transferidos para a nuvem, principalmente aqueles hospedados em mainframes.
Apesar de ter sido frequentemente motivo de piada em reuniões por expressar essa opinião, os dados de adoção confirmaram a minha perspicácia. Às vezes é interpretado como uma resistência à própria computação em nuvem, mas trata-se apenas de pragmatismo.
A realidade é que vamos nos deparar com aplicativos e conjuntos de dados (mais do que imaginamos) que não podem ser transferidos para a nuvem. Eu me refiro a isso como o ponto de saturação, quando terminamos de migrar a maioria dos aplicativos práticos para a nuvem. Eu estava pensando em aplicativos de mainframe ao mencionar isso, e com razão.
Pode ser realizado.
Os críticos dessa afirmativa destacam que certas ferramentas e tecnologias possibilitam a migração de aplicativos mainframe mais antigos para ambientes de nuvem. Esses recursos incluem emuladores e conversores de código que permitem a execução de aplicativos mainframe em provedores de nuvem pública.
Claro, é possível escolher essa rota. No entanto, será que é a melhor opção? Muitas vezes, a resposta é negativa. É importante levar em conta os custos extras, os riscos envolvidos e o fato de que essas aplicações podem permanecer relevantes por um período muito maior do que se imaginava.
Uma investigação realizada pela empresa Advanced, especializada em modernização de aplicativos, revelou que a transformação digital costuma ser uma prioridade, mas isso não indica necessariamente o fim do mainframe. Apenas 6% dos entrevistados acreditavam que tecnologias alternativas iriam substituir o mainframe em breve.
Mais de 50% das empresas têm a intenção de manter ou aumentar sua utilização de mainframes. Adicionalmente, 50% dos entrevistados destacaram que os mainframes são a plataforma de eleição para as aplicações centrais.
A convivência é fundamental.
Sempre considerei que uma abordagem de integração e convivência é mais favorável, dependendo da maneira como uma empresa utiliza o mainframe. Apesar do crescente interesse em inteligência artificial generativa, onde o mainframe não será a plataforma preferida (conforme indicado no mesmo relatório), os mainframes estão se tornando servidores primários para dados de treinamento. Por vezes, contêm dados históricos que remontam há 50 anos, o que é extremamente valioso para o desenvolvimento de modelos de linguagem complexos, que precisam aprender com dados antigos e novos.
Não estou sugerindo que devemos escolher uma plataforma de mainframe em detrimento de outras; é importante considerar todas as opções de plataforma. Em certos casos, a nuvem pode ser mais adequada, em outros a computação de borda, e em algumas situações os mainframes ainda serão úteis. Embora a resposta possa parecer incerta, geralmente é a mais apropriada para essas questões.
Essa estratégia estabelece um ambiente digital composto por várias plataformas distintas, cada uma sendo a mais adequada para casos de uso específicos. Portanto, é necessário aprimorar a gestão da complexidade e diversidade, algo em que as empresas estão falhando atualmente. Elas têm dificuldade em obter benefícios da migração para a nuvem devido à complexidade operacional excessiva e à falta de supervisão financeira. Independentemente de utilizar mainframes ou não, é crucial resolver essa questão.
Eu não estou apoiando a utilização de plataformas de mainframe. Elas apresentam desafios, como a aposentadoria em massa de desenvolvedores e operadores de mainframe, resultando em uma escassez de profissionais qualificados. Muitos jovens na área de TI não se sentem atraídos pelo mainframe devido à sua falta de atratividade.
Por outro lado, profissionais que possuem conhecimento em mainframes e em plataformas de nuvem estão sendo muito procurados, geralmente recebendo salários de 20% a 30% acima da média. Até mesmo arquitetos de nuvem que sabem lidar com mainframes costumam receber um pagamento extra. Você está notando alguma tendência?
Eu possuo uma abordagem pragmática. Optarei pelas plataformas que possam proporcionar o maior benefício para a empresa, sem me preocupar com a solução mais otimizada. Esse deve ser o foco principal de um arquiteto.