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Grandes oportunidades estão surgindo novamente no mercado das nuvens soberanas.

Para as empresas que precisam armazenar informações em um local específico, como um país ou região, a presença de uma nuvem soberana pode ser essencial em uma estratégia de múltiplas nuvens.

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Imagem: karvanth/FreePik

As empresas que operam na nuvem, como instituições financeiras, seguradoras, serviços de saúde e o setor público enfrentam desafios extras ao cumprir as leis e regulamentos em diferentes regiões. Isso tem gerado uma maior procura por serviços em nuvem soberanos. Esta abordagem específica de arquitetura em nuvem parece passar despercebida por muitos, por isso estou trazendo isso à tona.

Nuvens individuais são serviços de nuvem semipública que pertencem, são controlados e operados por um país específico, uma região ou, ocasionalmente, por um provedor de nuvem que atende a uma determinada área geográfica. Podem ser de propriedade do governo local ou de um grupo de organizações privadas e públicas.

Em certas situações, esses sistemas pertencem a empresas privadas que colaboram intimamente com as autoridades. O intuito é disponibilizar uma estrutura de computação capaz de sustentar determinados serviços governamentais, com foco especial na proteção de informações sensíveis e no cumprimento de legislações específicas locais.

Durante o desenvolvimento inicial da ideia de computação em nuvem e sua definição, consideramos a possibilidade de chamar isso de “nuvem soberana”. No entanto, esse conceito não foi adiante, e a indústria passou a se concentrar em provedores de mega nuvem que atendem a diversos países. Essa é a situação atual em que nos encontramos.

Mesmo os usuários que migram para nuvens privadas provavelmente ainda dependerão de grandes provedores de serviços em nuvem para executar sistemas menos lucrativos. Na realidade, percebemos que as nuvens privadas estão se integrando cada vez mais às implantações multicloud. A adoção da multicloud e suas vantagens de flexibilidade também está gerando um renovado interesse nas nuvens privadas atualmente.

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Os vantagens das nuvens controladas.

As nuvens privadas oferecem maior controle e posse dos dados, garantindo que sejam armazenados e gerenciados de acordo com as regulamentações locais, incluindo a manutenção dos dados em países ou regiões específicas. Ao optar por nuvens públicas, há o risco de que os dados sejam transferidos para fora do país por motivos como backup e recuperação. As nuvens privadas evitam esse risco, já que estão fisicamente localizadas no país de suporte.

As nuvens soberanas oferecem níveis mais elevados de segurança, como criptografia, controles de acesso e segmentação de rede, que podem ser personalizados de acordo com os requisitos de cada país ou região. Embora as grandes nuvens públicas também possam oferecer serviços similares ou superiores, os sistemas de segurança soberana na nuvem são especificamente adaptados às leis e regulamentos de um determinado país, tornando-os mais adequados para garantir a proteção dos dados nacionais.

Nuvens individuais garantem serviços mais acessíveis e confiáveis do que provedores de nuvem comerciais, de acordo com suas alegações. Isso pode ser verdade, uma vez que seus sistemas estão localizados mais próximos dos usuários e aplicativos conectados.

As nuvens privadas podem ser adaptadas para atender às exigências individuais de um país ou empresa, abrangendo conformidade, armazenamento de dados e capacidade de processamento. Adicionalmente, as nuvens locais podem gerar oportunidades de emprego e estimular o crescimento econômico regional, à medida que governos e empresas investem na infraestrutura requerida.

Ao disponibilizar uma plataforma confiável e ética para o gerenciamento de informações, as nuvens soberanas têm o potencial de estabelecer confiança com indivíduos e clientes que se preocupam com a proteção e segurança de seus dados. Além disso, elas possibilitam uma maior autonomia em relação aos provedores de serviços em nuvem tradicionais, diminuindo a dependência de tecnologias e infraestruturas estrangeiras.

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Novamente, algumas dessas situações envolvem a diferença entre percepção e realidade. Um exemplo claro é quando alguém acredita que um produto é de melhor qualidade em uma mercearia local do que em um grande supermercado, embora ambas as lojas adquiram seus produtos dos mesmos fornecedores.

Desvantagens de serviços de nuvem exclusivos.

Por que as organizações não se apressam em adotar fornecedores de nuvem soberana? Existem várias razões para isso. As nuvens soberanas podem não ser compatíveis com outras infraestruturas de nuvem, o que pode resultar em desafios de interoperabilidade e compartilhamento de dados.

Apesar das nuvens soberanas terem o objetivo de ampliar a privacidade e soberania dos dados, há receios de que os governos possam utilizá-las para coletar e monitorar informações dos cidadãos, o que poderia resultar em violações dos direitos de privacidade. Muitas empresas optam por provedores de nuvem pública global caso acreditem que sua nuvem soberana local esteja sujeita a interferências governamentais. É importante notar que em muitos casos, as nuvens soberanas são de propriedade dos governos locais.

As empresas de hospedagem local podem ter dificuldade em acompanhar a adoção de novas tecnologias e serviços em comparação com os grandes provedores de nuvem globais, o que pode prejudicar sua capacidade de inovar e se manter competitiva. Por exemplo, no atual cenário de crescimento da inteligência artificial, essas empresas locais podem não conseguir oferecer os mesmos serviços avançados devido à falta de recursos financeiros para investir em pesquisa e desenvolvimento, ao contrário dos provedores maiores.

As empresas que contam com uma nuvem exclusiva podem ficar muito ligadas ao governo ou ao grupo que a administra, o que pode restringir sua capacidade de adaptação e independência.

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À medida que a abordagem multicloud ganha mais popularidade, é provável que o emprego de nuvens soberanas se torne mais frequente. Empresas voltadas para um mercado específico podem optar por migrar para nuvens soberanas a fim de cumprir melhor as regulamentações e leis locais. Essa alternativa é válida para diversas empresas e deve ser sempre ponderada como parte integrante de uma estratégia de computação em nuvem.

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